Não existe ser humano sem sombra, não é verdade? Mas no papo de hoje não vou me referir à sombra literal, essa que vemos quando há projeção de uma fonte de luz sobre pessoas e objetos formando uma área escura. A sombra que cito aqui é abstrata. Ela vive na esfera das emoções, no campo da nossa personalidade.
Somos até então seres complexos e polarizados, temos nosso lado mais luminoso em que irradiamos visivelmente o afeto, a bondade, a generosidade dentre outras qualidades. Mas também temos um lado mais secreto, um infinito particular como canta Marisa Monte. Nesse lado mais opaco do individuo, há características, singularidades que nem o próximo “mais próximo” da gente conhece plenamente, creio que só Deus às conhece de forma absoluta. Eu, Fabiana, diria que a raiz de nossa imperfeição está plantada por essas terras. É onde brota os sentimentos como, culpa, orgulho, medo, ódio, ganância e outros. Nosso lado obscuro é aquilo que não queremos ser, mas somos.
Vez por outra nas contradições de nossa vida, vamos repentinamente ficar cara a cara com essa obscuridade que possuímos. Iremos descobrir comportamentos e sentimentos que em si não nos agradamos em tê-los. Das várias vezes que me deparei com essa minha faceta, impetuosamente lutei de forma agressiva comigo mesma, internamente entrava em uma rígida guerra. Era inaceitável ser assim, em vista das virtudes que prezava. Mas passado a ânsia do auto julgamento, do conflito interior, vinha uma sensação de vulnerabilidade pior do que antes. E cada vez que eu guerreava com meu lado sombrio de forma brutal eu armazenava mais feridas emocionais e dores físicas, e logo outro dia minha obscuridade estava ali pronta e mais forte para me dominar. Quanto mais eu pensava em exterminar qualquer vestígio de alguma característica negativa, mais ela ganhava força, como uma brincadeira de gato e rato. Em suma algo bastante exaustivo.
Após ler sobre autoconhecimento, meditar nos Salmos, orar, começo a entender melhor as minhas obscuridades. Olhei para dentro, sabe! Conheço-as de perto, já me decepcionei muito por tê-las adquirido quer seja devido às circunstâncias da vida ou pelas pessoas que contribuíram com essas sementes no solo do meu coração. Porém, o caminho para ter o equilíbrio e a sensação de paz que precisamos para nossa sanidade mental é compreender e respeitar nossas sombras. Isso não significa que de forma passiva vou dar espaço para elas crescerem, mas sim que sempre haverá uma tentativa de minha parte para lidar com essa penumbra sem que ela seja predominante em minha vida, agindo assim com menos culpa e mais compreensão, acolhimento e responsividade.
De :Faby (12/09/2018)
Fabiana Brenda 
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